Hoje na câmara legislativa: Votação para decidir as diretrizes sobre o aplicativo Uber

há 8 anos

Boa tarde nobres colegas e cidadãos,

Precisamente a nove meses atrás postei uma publicação aqui no JusBrasil sobre a guerra entre Uber e Taxi, veja o link aqui: http://rodrigomeloc.jusbrasil.com.br/noticias/236708731/uberxtaxi, eu disse guerra, sim, pois o que desenrolou no país nos últimos meses foi uma verdadeira batalha, tanto judicial quanto passional de elementos revoltosos em meio a nova cara do transporte particular de passageiros. Acompanhamos pelos noticiários e pela boca das pessoas casos e casos de agressões físicas e psicológicas aos profissionais que encabeçam cada uma das classes. Mal ou bem, certo ou errado, a verdade é que essa história precisa de um basta, uma resolução através da justiça para definir o modus operandi e bem por ai tentar com isso apaziguar as partes e o destino da população.

Em outros tempos, Montesquieu não poderia estar mais certo quando delineou o modelo tripartiti, poderes judiciário, legislativo e executivo, autônomos e harmônicos entre si.

Para a fase que hoje se encontra, ao menos no âmbito de Brasília, hoje será a votação na Câmara Legislativa para definir os próximos acontecimentos quanto ao aplicativo Uber e por conseguinte definir como será permitido prover e utilizar o serviço que a tanto agrada a população, ao menos dos usuários que notadamente estão sendo mais beneficiados pelo uso do serviço do que o que tínhamos outrora, quer seja o taxi.

A indignação dos taxistas é clara, "estão roubando o meu ganha pão", a vontade dos "Ubeiros" é a de abocanhar um mercado que se mostrou lucrativo e, não poderia ser diferente. O Uber possui um sistema que chama a atenção, é moderno, tecnológico e deixa o passageiro a par de tudo o que acontece, inclusive a forma de avaliar o condutor e com isso permitir um serviço mais justo, equânime. O poder de decidir manter aquele condutor no mercado se dá pela avaliação, comentários, estrelas do serviço prestado. Confesso queridos leitores que não conheço causos de quem foi mal avaliado e teve sua "licença" banida do Uber, mas ao usar o serviço por alguns dias pude ser agraciado com um bom atendimento, carros limpos, condução segura e sem sustos na hora de acertar a conta, que à propósito são pagas através do cartão de crédito, sem ter que ao menos sacá-lo no momento que acaba a corrida, isso se chama comodidade. Fato que, diga-se de passagem é uma constante na carteira de todo cidadão brasileiro, estamos adquirindo o hábito de pagar tudo com cartões, a violência das grandes cidades não nos permitem mais andar com carteiras volumosas.

O Uber trouxe isso, uma ideia simples que pareceu preocupar-se extremamente com o usuário, seu conforto, comodidade e boa prestação do serviço, receita perfeita. Em contramão a essa inovação podemos assistir sindicatos despreparados, arrogância e descaso em tentar se adequar e melhorar por parte dos taxistas. Desculpem-me a franqueza, não quero generalizar nenhuma classe de trabalhadores, afinal, são trabalhadores e precisamos (nós cidadãos) de bons prestadores de serviço, inclusive dos taxistas.

Não acredito que não haja mercado para ambos, há sim, a oferta dos dois no mercado possibilitará uma competição saudável, muitos taxistas passaram a disponibilizar um atendimento parecido com o Uber, ao menos no tocante ao fino trato dado ao passageiro, a oferecer um pouco mais de humanidade. O Uber é fascinante, mas ainda é mais rápido perceber aquele carro caracterizado de táxi passando em sua frente e acenar para o mesmo pedindo uma corrida, ainda é mais rápido. Já deixei de sacar o meu celular para solicitar o Uber em detrimento de um táxi passando à porta.

O que talvez os taxistas tenham que mirar é na adequação ao mercado, uma maior transparência na corrida, cortesia no atendimento e segurança, é tudo que qualquer cliente exige, nada mais.

Os "Ubeiros" entraram no mercado com a receita de bolo pronta, foram atentos com o marketing agressivo, fizeram o dever de casa e conquistaram aos poucos o coração das pessoas, foram corajosos, arriscaram em algo novo, a pergunta é, deu certo?

Isso só poderemos saber com o desenrolar da história, muitos mitos ainda circundam essa nova profissão, o desenrolar ainda é incerto, mas tudo tende a legalizar em definitivo o exercício pleno do Uber, sem sombra para dúvidas ou margens de erro.

Espero que não falte o leite das crianças em nenhum lar, que nenhum pai de família perca seu emprego, o pais inteiro vive uma crise financeira e moral e o desemprego aumenta a largos passos. Talvez todos esses acontecimentos sirvam de lição para que tenhamos mais humanidade dentro de nós, para que possamos voltar a tratar os outros com respeito, com bom dia e obrigado, com educação básica, daquelas primárias ensinadas dentro de casa e não somente na escola. Com princípios de que afanar uma balinha ou um banco são o mesmo delito (a grosso modo), é errado. O respeito ao próximo é fundamental, condição sine qua non para o convívio em sociedade.

Conto com a opinião de vocês para desenvolvermos novos temas que abranjam o nosso cotidiano como pessoas humanas e carentes de boas discussões. As redes sociais nos permitem um leque incontável de oportunidades para o diálogo, mas não devemos ser levianos com as opiniões e sim francos conosco e com os demais.

Obrigado por dedicar esse momento de leitura e pela visita.